sexta-feira, 26 de agosto de 2022

LIVROS DE PANO E MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR

 

 LIVROS DE PANO E MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR

Jacira C. da Costa - UCS

Roger A. de C. Vasconcelos - UCS

Palavras-chave: Livros de Pano. Contador de Histórias. Criança. Educação.

 

A referida pesquisa se caracterizou pelo estudo dos livros de pano utilizados para a contação de histórias, emergiu da disciplina cursada Mediação Cultural: a contação de histórias, na Especialização Literatura Infantil e Juvenil: da composição à educação literária – UCS. Se apresentou como uma pesquisa bibliográfica a partir de Fleck (2007), Girardello (2011) e Vasconcelos (2017). No estudo apresento uma trilha temporal onde atuei como professora na educação infantil e estive responsável pela contação de histórias, bem como, a produção e utilização de livros de pano.

MISCELÂNEA DE HISTÓRIAS:

A história se inicia no espaço escolar ao montar um tapete no chão no qual chamei de “Miscelânea de Histórias” e misturei diferentes narrativas de contos, conforme as crianças circulavam ao redor do tapete a história acontecia com a minha narrativa. 


A história se inicia no espaço escolar ao montar um tapete no chão no qual chamei de “Miscelânea de Histórias” e misturei diferentes narrativas de contos, conforme as crianças circulavam ao redor do tapete a história acontecia com a minha narrativa. 

Nos recursos para a contação utilizei objetos cênicos, fantoches, dedoches, tecidos, papéis celofanes, sinos e outros adereços. 


Por vezes acreditei que somente as escolas devessem disponibilizar estes espaços para diferentes formas de expressão artística, bem como, para contar histórias, quando na verdade os mesmos devem estar em múltiplos lugares conforme corrobora Fleck (2007). 


Promover as diferentes formas de criação e interpretação com os alunos foi uma experiência gratificante e com ela o início da minha jornada como artesã, através da confecção de livros de pano para a contação de histórias.


CONTANDO UM CONTO, VOU LEVAR VOCÊS A OUTRAS HISTÓRIAS - HISTÓRIAS DE TRADIÇÃO SUFI

O primeiro livro que construí foi sobre as histórias de tradição Sufi: "Os Sons do Silêncio". A partir dessa época comecei a me interessar e pesquisar sobre o assunto. Nessa primeira produção obtive uma colaboração da família, minha irmã, que confeccionou as partes que contém crochê, o livro foi feito todo à mão, com costuras e bordado. Fundamentado em muitos estudos e pesquisas sobre a tradição oral foi possível montar as ilustrações dos cenários, personagens e contextos.       


Os Personagens: Rei, Mestre e o Príncipe

PROPOSTA: TECENDO SONHOS...CONSTRUINDO HISTÓRIAS...

Acabei por me redescobrir nos livros, nos quais sempre fui apaixonada. Ao utilizar os livros de pano para a realização da contação de histórias e perceber os pequenos ao tocarem nos livros e reconhecerem diferentes materiais, texturas desencadeou-se um misto de alegria e paixão pelo objeto livro.



Texturas: Partes aplicadas com crochê para formar as ilustrações.

CENÁRIOS:




NARRATIVAS TEXTUAIS E AS TEXTURAS:







As histórias de tradição oral ganharam novas versões nas vozes dos alunos ao recontarem os contos e manusearem os livros de pano. Destaco o uso da expressão corporal, fundamental para a arte da narrativa pelo fato de não ficarmos somente presos aos livros, ao ganhar movimento a história contada. O corpo se tornou uma extensão do livro, é importante exemplificar que não basta somente contar, mas expressar, imitar sons, gestos e trejeitos dos personagens contidos nas histórias. Assim como, estabelecer um convite ao espectador na participação da contação para adentrar na história, como afirma Vasconcelos (2017), as histórias precisam sair dos livros.*





Desde os tempos remotos, as histórias, sejam através de canções e poemas, foram transmitidas oralmente e na atualidade por muitos meios, como o livro de pano. Girardello (2011) registra que os mais idosos e mulheres passavam para os mais jovens e crianças os enredos aprendidos por seus pais, avós e outras pessoas de mais idade. Até hoje, muitos povos preservam e guardam suas tradições através das narrativas contadas com o objetivo de preservar valores e crenças de determinadas culturas. Minha experiência ao contar histórias para as crianças no espaço escolar, com a utilização dos livros de pano reforçou a importância de narrar histórias. Alimentamos a nossa imaginação criativa, lúdica e coletiva. Aquele que sabe muitas histórias já ouviu, leu e contou. Eu e meus alunos contamos histórias com livros de panos e muita criatividade. Quantas histórias podemos contar, bordar e rememorar?

REFERÊNCIAS:

FLECK, Felícia de O. InEnc. Bibli: R. Eletr. Biblioteconomia. CI. Inf., Florianópolis, n. 23, 1º sem. 2007. O CONTADOR DE HISTÓRIAS: uma nova profissão? Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2007v12n23p216/404 Acesso em: 15 de abril de 2021.

GIRARDELLO, Gilka. “A voz quente do coração do rádio”. In: PIETRO, Benita (Org.). Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes. Organização Benita Prieto. - Rio de Janeiro: s. ed, 2011. 240p. Ebook A voz quente do coração Gilka, Disponível em: https://issuu.com/prietoproducoes/docs/00livro_contadoresdehistorias Acesso em: 18 de abril de 2021.

VASCONCELOS, Roger A. de C. “Recursos da Contação de Histórias.” In: Contação de histórias na perspectiva de professoras contadoras: possibilidades de atuação. 2017. 106 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Caxias do Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017. Acesso em: 18 de abril de 2021.



*Artigo apresentado em forma digital pela UCS (Universidade Caxias do Sul) no VI CEDU 2021 Em Tempos de (In) Sensibilidades: Educação para a Liberdade.