PSICOMOTRICIDADE, EDUCAÇÃO FÍSICA E AS DEFICIÊNCIAS: Há limites
para o corpo?
Por Jacira C. da Costa
Quando
observamos crianças realizando várias atividades como correr, saltar ou pular,
por exemplo, podemos notar que cada uma possui suas individualidades e
especificidades no sentir, pensar e agir. Seja no ritmo (rápido/lento;
alto/baixo), nas variações de tônus, controle do equilíbrio, dominância lateral,
organização espacial. Cada uma dentro dos seus limites intrapessoais e
interpessoais, onde limite do corpo de um termina (ou começa) quando começa (ou
termina) o limite do corpo do outro, no espaço. Cada um no seu quadrado. Dentro deste
contexto, não podemos deixar de citar as crianças deficientes físicas (Paralisia
Cerebral, por exemplo), mental ou múltipla, surdas, cegas, autistas, as que
possuem síndrome de Down, etc. Sem falar das dificuldades de aprendizagem
ligadas ás dislexias, discalculia, etc. Quantas vezes já pensamos que poderiam haver
limites, para o corpo? Não. Não há limites para o corpo. Muito menos para a mente.
Os estudos sobre plasticidade
neural indicam que todo indivíduo possui uma condição e uma predisposição inata
para desenvolver diversas habilidades cognitivas, motoras e sócio-afetivas, do
qual diversas formas de assimilação e acomodação das estruturas mentais se desenvolveram.
Contudo, tudo dependerá da composição de
cada estrutura, ligadas às experiências psicomotoras, vivências
sensório-motoras e das influências socioculturais ao qual o indivíduo pertence.
A criança, ao descobrir o próprio corpo através das possibilidades de vivenciar
as mais diversas sensações e percepções estimula a descoberta do próprio corpo
e desenvolve questões do autoconhecimento, auto-superação e autoestima. Dentro
deste aspecto, a Psicomotricidade tem grande importância na construção da
identidade que se dão por meio das interações sociais. A partir das atividades
individuais e em grupos, as brincadeiras ajudarão a criança a reconhecer e
compreender as suas características físicas, afetivas e cognitivas dentro de
suas limitações, naquele momento.
Atualmente, nas atividades da vida
diária, no trabalho, no esporte, cada vez mais vemos pessoas que superam os
limites do corpo. Possuímos vários exemplos de superação: Hellen Keller (Professora,
Cega-surda), Beethoven (Compositor, Surdo), Ray Charles e Steve Wonder (Cantores,
ambos cegos), Stephen Hawking (Físico Teórico, tem seu corpo comprometido por
uma doença neurológica chamada Esclerose Amiotrófica Lateral), Nick Newll
(Deficiênte físico do membro superior, lutador de MMA), Alan Fonteneles
(Corredor Paraolímpico, deficiente físico, dos dois membros inferiores), Hebert
Viana (Cantor e compositor, ficou para paraplégico após sofrer um acidente).
Todos eles, dentro de suas especificidades e especialidades, de alguma forma,
colaboram ou colaboraram para o bem da humanidade. Afinal, não há limites para
o corpo e para mente.
Disléxicos Famosos (Foto By Pensamentos De Fernando Pessoa)
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