Nesse período no qual estivemos em quarentena por conta da pandemia tentei procurar atividades que pudessem servir-me como uma terapia e ao mesmo tempo como um hobby. Foi então que eu lembrei de pesquisar sobre livros de pano ou quiet books. A partir desse momento comecei a pesquisar sobre o assunto. Entrei em cursos, conheci algumas técnicas e fui aperfeiçoando em outras. E desde então, tenho pensado em atuar e trabalhar nessa nova área que para mim tem se tornado algo prazeroso. Se eu puder unir o famoso útil ao agradável será a melhor coisa do mundo. Unir trabalho com prazer. Esse livro abaixo, foi o primeiro livro de pano que confeccionei depois que aprendi as técnicas de encadernar, ilustrar e montar. O nome desse projeto em portfólio é livro da CORUJINHA (Porque ela quem está na capa do quiet book).
Cada página do livro possui uma interação que pode ser sempre lúdica e oferecer uma proposta de atividades que envolvem contrastes, nuances, associações, figura-fundo, dentro e fora, formas, cores, etc.
A confecção a partir das escolhas das ilustrações e combinações de cores podem variar conforme o gosto de cada um de maneira que fique harmoniosa e agradável aos olhos. Assim como a interação que esse livro deve proporcionar à criança.
Descobri o quanto foi importante unir todos os conhecimentos que adquiri ao longo do tempo para construir e desenvolver meu próprio trabalho a partir de teorias do desenvolvimento infantil, o brincar, a arte, a inclusão, a corporeidade, a literatura, entre outras ferramentas.
Todos esse livros são importantes e interessantes tanto para a criança que vai se utilizar da brincadeira quanto para os profissionais de diversas áreas da saúde e educação que podem utilizar como mais uma ferramenta e instrumento de trabalho ao ser aplicada. São muitas funções que podem ser desenvolvidas em um único livro de pano que pode possuir e oferecer diversas atividades.
Em outras postagens deste blog apresentarei portfólios com outros projetos que são desenvolvidos por mim baseado em estudos nas áreas da psicologia, educação, neuropsicologia, psicomotricidade, brincar, literatura infanto-juvenil.
Até lá!!!!
*Todos os direitos autorais são preservados por lei
Brinquedos Artesanais: A
valorização da nossa arte às nossas mãos
Quem lembra dos brinquedos
de sua infância? Piões, bonecas de pano, cata-vento, bonecas de papel, livros
de pano, etc? Qual é a principal lembrança ou memória de sua infãncia? Os
doces? Os pisos de azulejos em mosaico? Os piqueniques nas pracinhas? Por qual
tipo de brinquedo ou brincadeiras que as crianças de hoje em dia se interessam?
Se observarmos bem os brinquedos de hoje fazem de tudo pela criança. Acendem
luzes, falam, piscam. Basta apertar alguns botões. E os jogos eletrônicos? Que
tipo de estímulos podem incentivar a imaginação e o jogo do faz-de-conta?
Diante de uma oferta tão grande pelos meios de comunicação, os brinquedos que
vemos hoje em dia despertam que tipo de interesse nas crianças? Onde está o
interesse por brinquedos tradicionais?
Quanto aos
brinquedos artesanais interativos
Quando os brinquedos são feitos à mão ultrapassaram o tempo e a tecnologia.
Afinal de contas, qual criança não brincou de diversos jogos e brincadeiras? Os brinquedos são atemporais. Mesmo com a grande procura pelos brinquedos tecnológico, que
falam, andam, choram, riem e lutam, assim como os jogos eletrônicos que mudam de ambientes e formas de jogar apenas com um simples apertar de botões ou toques sutis na tela. Mas essa postagem se dirige ao tema dos
brinquedos educativos e artesanais, que embora não tragam artefatos tecnológicos, também trazem grande diversão para a
criançada. Além de serem os mais indicados pelos brinquedistas e entre outros profissionais que se utilizam das ferramentas do brincar, pois
estimulam e incentivam a criatividade e o desenvolvimento da criança.
Tudo começa na escolha do material que se quer adotar. Pode ser de madeira, de tecido, de papel. Deixando a imaginação fluir, os brinquedos vão ganhando formas
e cores. E nas mãos das crianças as brincadeiras vão até onde a imaginação permitir. Quem dá vida a
esses brinquedos são as próprias crianças. Elas são os principais elementos e sujeitos do brincar. São eles que nos fornecem esse mundo mágico.
Na busca
de resgatar as brincadeiras, as pesquisas mais do que comprovam que os brinquedos e as brincadeiras "de
antigamente” sempre desenvolvem nas crianças a criatividade e o ato de brincar espontâneo.
O brinquedo não "vem pronto" com uma função pré-definida da fábrica. As crianças reconstroem e ressignificam esse brincar. Contudo, é sempre importante ter o reconhecimento positivo dos pais quanto aos brinquedos como uma forma
deles interagirem com as crianças no momento da brincadeira. Não é o somente o brincar pelo brincar, mas resgatar esse momento entre a família.
Pensando
nisso que resolvi escrever este pequeno artigo sobre brinquedos artesanais. A pouco tempo me vi trabalhando com essa proposta de trabalho. que é o LIVRO-BRINQUEDO. Nele, podemos abordar diversos temas e se utilizar de diversas atividades e interaçoes que podem contribuir para o desenvolvimento da criança em diversos aspectos afetivos, cognitivos, sociais, motores, etc. Nele podem caber jogos de quebra-cabeça; jogo-da-velha; montar e desmontar cenários, numerais, cores, formas, letras, jogos simbólicos, contação de histórias, temais gerais tais como: Alimentação, natureza, atividades da vida diária (AVDs) e o que mais a imaginação criar. Indo muito além das simples brincadeiras, montar casinha e
carrinho, criar personagens com os bonecos e contar histórias
fantasiosas desenvolvem a criatividade. Existem crianças que desde bebê só dormem à noite após
escutar uma historinha contada por sua mãe ou até mesmo abraçada a um livro ou naninhas. Muitas funções psicomotoras também podem ser trabalhadas: nuances, contrastes, noções de dentro e fora, em cima e embaixo, figura-fundo, lateralização, noção do corpo (imagem e esquema corporal), coordenação motora fina, espaço, tempo. E o mais interessante de tudo: Não gasta energia elétrica e pode ser também transportado para onde quiser.
Foto de Arquivo Pessoal: Quiet Book ou Livro-Brinquedo (Parte da Lombada do livro) confeccionado no meu atelier
Além
de proporcionar muita diversão para as crianças, os livros-brinquedos
artesanais não pesam tanto no bolso do consumidor por conter diversas atividades em um único livro. Os preços podem variar de acordo com a quantidade de páginas, temas e interações que são confeccionadas. São páginas que unem diversas propostas de atividades em que são inspiradas, elaboradas, pensadas, pesquisadas, confeccionadas e construídas com todo um rigor e baseado em diversas teorias psico-neuro-educativas. Entretanto, o melhor de tudo é que as peças são ÚNICAS, por serem artesanais e não são feitas como as de linha de produção. As peças artesanais trazem a alma da artesã ao entregar essa peça tão artística ao seu cliente, que também é exclusivo ao receber essa peça exclusiva, pois nenhuma será igual a outra. E isso é que destaca o trabalho artesanal.
Imagem de arquivo pessoal: Quiet Books ou Livros de Pano ou Livros-Brinquedo que confeccinei em meu atelier
Quanto aos Livros-Brinquedos Artesanais: Interativos e Simbólicos
Quanto à Atividade
Simbólica e Jogos de Faz-de-Conta
Quem não lembra da
ansiedade de querer descobrir o presente do Dia das Crianças? Quando se
aproxima a data, os pais escutam com frequência perguntas como: "Está
perto? Faltam quantos dias? O que eu vou ganhar? Eu quero tal brinquedo!!!
" Estas frases passam a expectativa por um brinquedo. Mas como proceder
com a escolha deste presente? O Dia das Crianças pode ser um momento ideal para
fugir dos eletrônicos e daqueles influenciados pela mídia. Pode representar uma
oportunidade para apresentar aos pequenos os brinquedos que o estimulam,
incentivam a prática de exercícios físicos ou a leitura. A atividade lúdica
funciona como um momento de aprendizagem e estímulo à imaginação. É através das
brincadeiras que a criança encontra uma forma de expressão e adquire novas
habilidades. Por este motivo que, ao comprar um brinquedo, os pais devem
observar se o produto possibilita o desenvolvimento infantil, mas não podemos
esquecer que as crianças possuem a livre escolha desde que os brinquedos
incentivem a cognição, a afetividade, a sociabilidade, a atenção, as sensações
e percepções (Visual, tátil, auditivo, gustativo, olfativo), a memória, a
independência, a reflexão, a motricidade, a criatividade.
Foto de arquivo Pessoal: Boneca parte integrante do Quiet Book ou Livro-Brinquedo confeccionada em meu atelier
Foto de arquivo Pessoal: Boneca parte integrante do Quiet Book ou Livro-Brinquedo confeccionada em meu atelier
Quanto à Atividade lúdica que integra a família
Os brinquedos
educativos que exigem atenção, concentração, expressão de sentimentos,
criatividades, superação de desafios e planejamento estratégico são
ótimas opções. Uma alternativa prática e barata é a confecção de
brinquedos (fantoches, dedoches, jogos de tabuleiro, livros, maquetes e outros),
uma tarefa que pode envolver pais, irmãos e amigos. As atividades
lúdicas permitem ainda uma participação da família, propiciando um
momento de interação, lazer, educação, aprendizagem e de melhora da
dinâmica familiar. É importante para o desenvolvimento infantil, que os
pais possam participar das brincadeiras, pois é através dos brinquedos
que a criança expressará os seus sentimentos, pensamentos e
comportamentos, o que permite ao pai, conhecer melhor o seu filho e
ensiná-lo como lidar de forma saudável com o mundo ao seu redor.
Fotos de Arquivo Pessoal: Dedoche parte integrante do Livro de Pano ou Livro-Brinquedo
Fotos de Arquivo Pessoal: Dedoche parte integrante do Livro de Pano ou Livro-Brinquedo (confeccionado em meu atelier)
Quanto à faixa etária
Alguns
autores dizem que algumas atividades predominam sobre as crianças. No
caso dos livros- brinquedos, se por acaso forem livros para interações
com histórias de faz-de-conta , os traços são mais
simples e bem coloridos. Podem conter
personagens como animais que tendem a ser bem aceitos, assim como a
fantasia. Nessa
fase de 2 a 4 anos as crianças gostam de aprender sobre animais, letras,
números, conceitos como
grande e pequeno, etc. Na faixa etária dos
5 aos 7 anos, as crianças gostam que a história tenha um
início, um meio (algo para solucionar) e um final no qual o problema tenha sido
resolvido. Gostam de temas que se relacionam ao seu universo infantil, e que
ajudam a tratar de seus próprios dilemas (amizade, auto-estima, medo e coragem,
amor, crescimento…). Já por volta de 8
anos, as narrativas começam a ser mais complexas, trabalhando conflitos,
unindo
fantasia, mitologia, mistério, folclore, humor, advinhas, histórias
sobre grupos de
amigos; Geralmente se identificam com o personagem principal das
histórias onde o personagem
passa por várias aventuras em que torna-se o herói, ou até mesmo, o
vilão da história. Gostam de personagens tais como: robôs, super-heróis,
dragões, dinossauros, princesas. Quantos aos jogos, podem variar do
simples ao mais complexo nos desafios, de acordo com a faixa de idade,
percepção, atenção, memória, cognição, raciocínio-lógico, etc. Como por
exemplo: Um quebra-cabeças pode variar de poucas para mais peças e de
encaixes mais simples aos complexos.
Foto de Arquivo Pessoal: Exemplos de páginas interativas que podem conter em um Quiet Book ou Livro-Brinquedo: Formas, dentro-fora, jogo simbólico (Confeccionados em meu atelier)
Foto de Arquivo Pessoal: Exemplo de atividades interativas que variam de acordo com a faixa etária em Quiet Book ou Livro-Brinquedo (Confeccionados em meu
atelier): Jogo simbólico, coordenação motora fina, sensação e percepção tátil.
Termino aqui essa postagem dizendo:
"Somos eternas crianças em nossas almas. Pois nela se encontra a essência do nosso ser."
Obs: Sempre que possível, ofereça brinquedos ou objetos
que propiciem a oportunidade para as brincadeiras com água, areia, terra. O
convívio com a natureza é gostoso e saudável. É fundamental que o adulto, sempre que possível, destine algumas horas de seu tempo para brincar com a
criança. Partilhar uma brincadeira com ou sem brinquedos é um prazer e pode
tornar-se uma agradável lembrança na vida de todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
REVISTA DO NORDESTE. Brinquedo artesanal diverte e educa. Jornal Eletrônico,
Jogos eletrônicos, Brinquedos Industrializados e Brinquedos Artesanais: Afinal, o que escolher?
Quando pensamos em brinquedo podemos citar um leque de possibilidades de
categorias existentes que tanto podem auxiliar no desenvolvimento infantil
quanto ele pode ser um passatempo divertidamente lúdico, influenciar a
imaginação e como momento de lazer. Eles podem ser interativos, educativos, de
entretenimento, de cunho sócio-efetivo, de estimulação, etc. Podemos
considerar que a atividade lúdica está presente em todos os contextos da vida
infantil (até mesmo adulta), seja em casa, na escola, na rua e até mesmo nos hospitais.
De acordo com os
gostos e escolhas, as indústrias de alta produção expressiva de games e
brinquedos industrializados produzem e fabricam brinquedos de acordo com o
público alvo, seja ele adulto, adolescentes e crianças.
No caso dos
brinquedos educativos, os pais, os profissionais das áreas de saúde e/ou
educação, geralmente quando escolhem os brinquedos, costumam comprar a escolha
da criança ou mesmo de acordo com a sua própria escolha, dependendo do objetivo
ou proposta que se que alcançar. Outros ficam mais atentos às tendências da
mídia infantil ou aqueles que estão em alta ou na moda.
Os jogos eletrônicos
(Os games) são os que mais têm se popularizado e se desenvolvido nestes últimos
tempos, principalmente entre os adultos.São muitos os conhecidos no mercado e alguns são muito famosos entre os games (Ex:.Street Fighter, Tretis, Free Fire, Rock Band, Super Mario, Super Smash Bros. Ultimate, Warcraft, Minecraft, The Legend of Zelda, etc
Contudo, existem aqueles que se interessam por
outros tipos de brinquedos, os já prontos e industrializados tais como: jogos
de tabuleiro (Ex. Banco Imobiliário), bonecas que falam e cantam ou possuem estereótipos
ou de personagens de desenhos animados famosos (Ex.: Barbies, Bebês Borne, Lady Bug, etc.), acessórios de bonecas e/ou de casinhas, brinquedos eletrônicos que
produzem sons e luzes, robôs que falam, etc.Os fazem tudo. Já vem prontos para usar. Não há modificações ou extrações.
E há os brinquedos ditos tradicionais, que também
podem ser produzidos artesanalmente, os brinquedos artesanais. Eles podem ser de madeira ou de pano. Geralmente confeccionados com elementos da natureza (Exemplos: carrinhos, pipas, bolas de pano, acessórios de casinha em madeira, jogos de montar, livros de pano)
Foto de Arquivo pessoal retirado de poster anexado em uma revista de Educação Infantil
Contudo, para evitar o desperdício de materiais, evitar o consumo excessivo, proteção e preservação da natureza, uma atenção especial deve ser dada aos brinquedos feitos com matéria-prima reaproveitável e reciclável, sejam eles artesanais ou industrializados. É importante explicar às crianças sobre o que se deve consumir com consciência. Elas estarão contribuindo para a sua
melhor qualidade de vida, além da sua família, da sua cidade, do seu país e do
planeta.(Vejam a minha postagem sobre o tema na "
O Brincar na Infância: Uma Cultura de Consumo?" Publicado em 04 de novembro de 2015 https://psicomotricidadeubuntuludens.blogspot.com/2015/11/o-brincar-na-infancia-uma-cultura-de.html)
QUALIDADE E FUNÇÃO DO BRINQUEDO
A qualidade e a função do brinquedo é outro fator a ser observado. Cada um possui uma característica específica de acordo com a sua finalidade: Seja sensorial, simbólico, de raciocínio-lógico/cognitivo/matemático, entretenimento, corporal cinestésico , representativo ou pictórico (desenho, pintura, escrita), naturalístico, etc. Ele pode ser bidimensional ou tridimensional ou virtual. Pode ser de papel, de plástico, de madeira, de tecido. Todo cuidado deve ter com peças pequenas ou que soltem com facilidade (no caso os que não são para soltar ou acoplar) brinquedos que sejam manipuláveis com facilidade (Cabem nas mãos da criança) e com peso adequado, sem pontas que machuquem, principalmente com os bebês. Todo cuidado é pouco. Melhor dizendo, que não causem nenhum prejuízo, desconforto e desagrado à quem recebe ou brinca. Já vi muitos brinquedos confeccionados por designes, porém eram de péssima qualidade em designer e uso ( Eu mesma não conseguia usar o brinquedo. Primeiro por ser pesado demais. E segundo, porque tinham pontas que machucavam e arranhavam o meu braço. Imagina o de uma criança?). Portanto, o material deve apresentar uma boa resistência e um designer bacana. Os brinquedos devem e podem ser escolhidos de acordo com o objetivo que se quer alcançar.
Todo brinquedo deve ser prazeroso para criança e ao mesmo tempo proporcionar alguma contribuição ao seu desenvolvimento infantil.
Sempre que possível, ofereça materiais (sucata, caseira ou industrial) que permitam às crianças criarem
brinquedos e brincadeiras de sua autoria e espontaneidade, tais como, por exemplo, embalagens de sapato, caixas de
papelão, garrafas pet, tubos rígidos e flexíveis, tecidos, pedaços de
espuma, tampinhas, pneus, etc. Observem no que elas são capazes de transformar e como é possível fazer com que a imaginação flua.
A CLASSIFICAÇÃO DOS BRINQUEDOS
De acordo com a ITLA, os brinquedos podem ser descritos, classificados e categorizados em diferentes funções, tipos e classes de brincadeiras e atividades que eles propiciam, assim como,
aspectos que possam contribuir para o desenvolvimento das crianças. O objetivo principal é auxiliar e orientar aos pais,
professores e profissionais de diversas áreas que se utilizam das ferramentas do lúdico e de outros setores ligados à
infância e adolescência algumas orientações para que possam fazer uma melhor escolha e usar os
brinquedos e jogos no que diz respeito à sua função e adequação. Porém, não podemos esquecer que o melhor avaliador é a pessoa quem irá usar: A CRIANÇA. Para isso, foi elaborado um GUIA que pode ser muito útil para a
organização dos acervos das brinquedotecas e outros espaços lúdicos (Lojas e fabricantes de brinquedos, escolas e hospitais, etc) , onde os brinquedos e os jogos podem ser
catalogados e classificados por tipos, grupos e subgrupos, segundo os sistemas ESAR e ICCP.
Um dos objetivos dessas classificações é para servir como
referência às agências certificadoras de produtos, fabricantes de brinquedos,
bem como aos professores, pediatras, psicólogos, pedagogos, escolas,
brinquedotecas, outros profissionais e instituições da infância e consumidores que se interessem pelo mundo do brinquedo e do brincar.
O SISTEMA ESAR DE CLASSIFICAÇÃO DE BRINQUEDOS
O sistema de classificação ESAR, se estrutura de acordo com as etapas de desenvolvimento, desde a
infância até a idade adulta. O método foi elaborado com base em Piaget, muito embora seja influenciados por outras linhas teóricas, tais como Winnicott e Vygotsky. Este método possui a sua especificidade de análise dos
brinquedos e jogos. Ele foi elaborado pela psicóloga canadense Denise Garon em 1982,
auxiliada, posteriormente, por Rolande Filion e por Manon Doucet. O sistema E.S.A.R. é composto de várias facetas que identificam o brincar. A primeira faceta identifica os tipos de
brincadeiras e como elas se sucedem ao longo do desenvolvimento da criança. A
palavra ESAR é composta precisamente a partir da primeira letra da palavra que
identifica cada uma das categorias desta faceta, a saber: De Exercícios, Simbólico, Montagem/Acoplagem e Regras. A sigla ESAR tem origem pelas iniciais em francês, traduzido para o português.
a) Exercício:
A letra "E" para a brincadeira/jogos de Exercício, que surge desde primeira idade a partir
de gestos e movimentos sensoriais-motores.
(Foto de Arquivo Pessoal da Brinquedoteca em que trabalhei de 2017 a 2018)
b) Simbólico:
A
letra "S" para a brincadeira/jogos Simbólicos, onde
ocorre a representação de um objeto por outro, a simulação e o faz de conta.
(Foto de Arquivo Pessoal da Brinquedoteca em que trabalhei de 2017 a 2018)
c) Acoplagem/Montagem:
A letra "A" para as brincadeiras e jogos de Acoplagem/Montagem, onde peças
agrupadas passam a fazer parte da construção e reconstrução. (Na foto abaixo, o espaço era dividido entre os brinquedos do grupo A e R, pois não havia espaço suficiente para organizá-los em cantos separados).
(Foto de Arquivo Pessoal da Brinquedoteca em que trabalhei de 2017 a 2018)
d) Regras:
A letra "R" para as brincadeiras e jogos com Regras simples (que se iniciam a partir dos 4 anos
podendo se tornar mais complexas (a partir dos 7 anos), e vindo a tomar uma
forma cada vez mais elaborada na adolescência e na idade adulta.
O SISTEMA I.C.C.P DE CLASSIFICAÇÃO DE
BRINQUEDOS
A Centre
National d’ lnformation sur le Jouet - C.N.I.J.(Centro Nacional de
informação sobre o Brinquedo) e o International Council of Children’s Play -
I.C.C.P (Conselho Internacional do Brincar) em 1981, elaboraram a classificação
I.C.C.P.* sob orientação do psicólogo francês André Michelet a partir de
diversas observações que envolveram vários profissionais, tais como:
psicólogos, educadores e pesquisadores. Eles realizaram um extenso estudo sobre
as possibilidades de contribuição os brinquedos e os jogos poderiam oferecer
para o desenvolvimento da criança. Naquele momento, a I.C.C.P. criou uma
classificação psicológica e uma classificação por famílias de brinquedos,
avaliando, entre outros critérios, muitos de seus valores, nos quais citamos:
• funcionais: em que medida o brinquedo se adapta à criança na forma e no
tamanho; • experimentais: o que a criança pode fazer com o brinquedo; • de estruturação: como o brinquedo contribui para a estruturação da
personalidade da criança, possibilitando o desenvolvimento da área afetiva; • de relação: a forma pela qual o brinquedo ou jogo facilita o relacionamento
com outras crianças ou adultos.
Quanto a classificação do ICCP por famílias de Jogos podem ser:
1. Atividades Sensório-motoras
2. Atividades Físicas
3. Atividades Intelectuais
4. Representação do Mundo Técnico
5. Afetividade
6. Atividades Criativas
7. Relações Sociais
Este guia baseou-se em uma nova versão, o “Sistema ICCP- Revisão 2013” adotado no relatório Segurança
dos Brinquedos - Diretrizes para a Determinação do Início da Faixa Etária de
Brinquedos, elaborado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a ISO (Organização
Internacional para a Padronização).
A ESCUTA: AS CRIANÇAS Devem dar a SUA
OPINIÃO sobre os BRINQUEDOS
Jogos eletrônicos e
Brinquedos Industrializados?
Jogos eletrônicos e
Artesanais ?
Brinquedos
Industrializados e Artesanais ?
OS DESIGNES E OS ARTESÃOS
TAMBÉM DEVEM OUVIR E OBSERVAR AS CRIANÇAS ATRAVÉS DO OLHAR DE UM ESPECIALISTA
A relação entre uma criança e o seu brinquedo vai
muito mais além do que simplesmente divertir e da simples escolha. Os brinquedos educativos são um
ótimo exemplo de como a criança pode aprender brincando. O artesão que deseja construir brinquedos deve saber
que cada um estimula habilidades diferentes de acordo com a faixa etária da
criança. Seja ele o preço que for, a qualidade de sua confecção deve estar de acordo com a função que ele proporciona. Os designers e os artesãos devem consultar e ouvir também os especialistas do brinquedo e do brincar, seja um Brinquedista, um Pedagogo, um Professor de Educação Física, um Professor de Educação Infantil, um Psicopedagogo, um Psicomotricista, etc.mas a principal escolha brincante parte da própria criança. Ela é a principal especialista do brinquedo e do brincar. Ao entender este universo infantil, o confeccionador ou mesmo o idealizador da construção deste brinquedo deve resgatar sempre o processo afetivo-social desta criança para que ela possa usufruir de bons frutos que o brinquedo pode lhe proporcionar.
De acordo com o
site da ABRINQ, a publicidade dos brinquedos exercem influência direta sobre as
crianças. É importante se certificar de que o brinquedo solicitado pela criança
seja adequado à sua idade ou à fase de seu desenvolvimento, aos seus traços
pessoais, aos seus interesses, para que seu envolvimento na brincadeira seja
proveitoso e prazeroso.A indicação de faixa etária é uma referência importante, mas esse não é o único
critério a ser considerado. Cada criança tem suas características,
preferências, competências e limites
próprios.
Levar em conta a diversidade de brinquedos e jogos (Artesanais, Industrializados ou Eletrônicos; Educativos ou de Entretenimento) é uma forma de proporcionar experiências
diferentes e criar oportunidades para que o desenvolvimento físico,
intelectual, afetivo, social, cultural e da criatividade da criança ocorra de
maneira integrada.
Qual é a minha opinião a respeito? Bem, eu gosto dos artesanais. Os artesanais são exclusivos e de única produção (Não seguem uma linha de produção). Possuem uma assinatura individualizada, ludicidade e artística. Os brinquedos artesanais sempre resgata a nossa velha infância. É apenas a minha opinião.
REFERÊNCIAS
ABBri. Associação Brasileira de
Brinquedotecas. https://www.brinquedoteca.org.br/
ABRINQ.ESCOLHENDO BRINQUEDOS E JOGOS
ABRINQUEDOTECA. Site disponível em
http://www.abrinquedoteca.com.br/newguia.asp
http://www.abrinquedoteca.com.br/newguia.asp GARON, Denise – “Classificação e Análise de Materiais Lúdicos” - in
Friedmann, Adriana - O Direito de Brincar : A Brinquedoteca – Ed.
Scritta – São Paulo- 1992 SITE DISPONÍVEL EM: http://www.abrinquedoteca.com.br/pdf/49ain.pdf
MICHELET, André – “Classificação de Jogos e
Brinquedos: a classificação ICCP” - in Friedmann, Adriana - O Direito de Brincar: A Brinquedoteca – Ed. Scritta – São Paulo- 1992. Disponível em:http://www.abrinquedoteca.com.br/pdf/47ain.pdf