segunda-feira, 12 de abril de 2021

OS SONS DO SILÊNCIO (Uma experiência em Contação de Histórias)

  

OS SONS DO SILÊNCIO: Uma História de Tradição Sufi

(Uma experiência em Contação de Histórias em Vídeo)

 

Esse vídeo sobre contação de história é uma inspiração a partir das minhas práticas como aluna do curso que realizo na Pós-graduação em Literatura InfantoJuvenil: Da Composição à Mediação na UCS (Universidade Caxias do Sul). Confesso que não tenho muita prática para contadores de histórias. E esse foi o momento e uma oportunidade que surgiu de me aventurar e contar uma história. Amei essa experiência. E hoje me surgiu essa frase que veio se encaixar para iniciar as minhas reflexões: “Nós somos o universo olhando para nós mesmos.” (Nassim Haramein) que se encaixa perfeitamente na história que irei contar no vídeo abaixo:

*Vídeo sem uso de aplicativo para ilustrar a contação

Vídeo com uso de aplicativo para ilustrar a contação

*Uma pequena correção no vídeo: na parte que eu falo sobre a explicação da difusão da História de Tradição Sufi na Índia e na Pérsia que na verdade datam entre os séculos IX (Nove) e XII (Doze).

Durante toda a história da humanidade, o homem, mesmo não tendo consciência disso, procurou manter um relacionamento com o inconsciente coletivo e seus arquétipos. Dentre os povos antigos, isso se dava por meio da interpretação dos sonhos e das histórias contadas ao redor de fogueiras ou embaixo de árvores (JUNG, 2016). 

Marie-Louise Von Franz (2016), uma das maiores discípulas de Jung, nos conta que os povos antigos passavam o seu tempo, reunidos ao redor de uma fogueira em florestas ao contar suas narrativas, onde suas histórias eram recheadas de lendas, sagas locais e se passavam em determinadas épocas cujo enredo sofreram variações e que parecem interpretar os sonhos ou pesadelos pessoais, dependendo de quem as contava. Geralmente, as expressões dos contadores eram quase sempre carregados de relatos, de sentimentos e de reações de seus personagens. E há outras narrativas que são desprovidas de sentimentos, que apenas apresentam ações da pessoa. Isso talvez explique o fato de o porque muitas histórias de contos de fadas, fábulas, lendas e mitos quando contadas se passam em lugares como florestas, bosques e jardins. A autora ainda nos conta que os pontos principais e mais interessantes dos  "contos de fada surgiam em meio a soldados desertores, aleijados, e os pobres que levados pelo refúgio buscavam a floresta para se esconder." Todas essas histórias eram passadas através dos tempos de forma oral e seu público mais específico eram os adultos e onde também, participavam as crianças (Que no caso eram tratadas como iguais aos adultos na época da idade média).

Um contador de histórias pode expressar muitas metáforas usando personagens heroicos e cheios de magias, no qual pode ser relatado um problema social, por exemplo, que é comum as pessoas.  Segundo Marie L. Von-Franz: "É uma arte que tem que ser praticada." (1984)

Baseado nos textos de VASCONCELOS e GIRADELLO, me recordei de alguns momentos em que passei por uma experiência numa escola de educação infantil e as professoras realizaram um rodízio de atividades na qual eu fiquei responsável pela parte de contação de histórias. Então, montei um tapete no chão, no qual chamei de “Miscelânea de Histórias” e misturei diferentes narrativas de contos. E conforme as crianças circulavam ao redor do tapete, a história acontecia com a minha narrativa. Nos recursos como objetos cênicos usei fantoches, dedoches, tecidos, papéis celofanes (para a sonoplastia), sinos, etc. Contudo, ficamos sempre presos a ideias de que somente os espaços escolares devem possuir essas formas de expressão artística de contar histórias, quando na verdade, podem ocorrer em diversas possibilidades de espaços para que aconteça. O uso da expressão corporal é um outro fator que me chamou à atenção pelo fato de não ficarmos somente presos aos livros (Claro que são importantes para os estudos e buscas!). O que considerei interessante foram as expressões de Beatriz Myhrra ao narrar as histórias, pois exemplificou que não basta somente contar, mas expressar ou imitar sons, gestos e trejeitos dos personagens. Assim como, estabelecer um convite ao espectador na participação da contação, adentrando na história. Concordando com o que disse VASCONCELOS: “A História tem que sair do livro”.

Bem, espero que tenham gostado da história!😍💗💓

Até breve!😘

Referências:

FRANZ, Marie-Louise Von. A Individuação nos Contos de Fada. São Paulo: Paulus. (1984).

FRANZ, Marie-Luise Von. A Interpretação dos Contos de Fada. São Paulo: Edições Paulinas. (1990).

JUNG. C. G. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Happer Colling, Brasil, 3ª Ed. (2016).

VASCONCELOS, R.A. de C. “Recursos da Contação de Histórias.” In: Contação de histórias na perspectiva de professoras contadoras: possibilidades de atuação. 2017. 106 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Caxias do Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2017. Páginas 62 – 71.

GIRARDELLO, Gilka. “A voz quente do coração do rádio”. In: PIETRO, Benita (Org.). Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes. Organização Benita Prieto. - Rio de Janeiro: s. ed, 2011. 240p. Ebook A voz quente do coração Gilka, Disponível em: https://issuu.com/prietoproducoes/docs/00livro_contadoresdehistorias

 

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