segunda-feira, 27 de julho de 2020

Jogos eletrônicos, Brinquedos Industrializados e Brinquedos Artesanais (O que escolher?)

Jogos eletrônicos, Brinquedos Industrializados e Brinquedos Artesanais: Afinal, o que escolher?

Quando pensamos em brinquedo podemos citar um leque de possibilidades de categorias existentes que tanto podem auxiliar no desenvolvimento infantil quanto ele pode ser um passatempo divertidamente lúdico, influenciar a imaginação e como momento de lazer. Eles podem ser interativos, educativos, de entretenimento, de cunho sócio-efetivo, de estimulação, etc. Podemos considerar que a atividade lúdica está presente em todos os contextos da vida infantil (até mesmo adulta), seja em casa, na escola, na rua e até mesmo nos hospitais.
De acordo com os gostos e escolhas, as indústrias de alta produção expressiva de games e brinquedos industrializados produzem e fabricam brinquedos de acordo com o público alvo, seja ele adulto, adolescentes e crianças.

 
No caso dos brinquedos educativos, os pais, os profissionais das áreas de saúde e/ou educação, geralmente quando escolhem os brinquedos, costumam comprar a escolha da criança ou mesmo de acordo com a sua própria escolha, dependendo do objetivo ou proposta que se que alcançar. Outros ficam mais atentos às tendências da mídia infantil ou aqueles que estão em alta ou na moda.

Os jogos eletrônicos (Os games) são os que mais têm se popularizado e se desenvolvido nestes últimos tempos, principalmente entre os adultos.São muitos os conhecidos no mercado e alguns são muito famosos entre os games (Ex:.Street Fighter, Tretis, Free Fire, Rock Band, Super Mario, Super Smash Bros. Ultimate, Warcraft,  Minecraft, The Legend of Zelda, etc

Contudo, existem aqueles que se interessam por outros tipos de brinquedos, os já prontos e industrializados tais como: jogos de tabuleiro (Ex. Banco Imobiliário), bonecas que falam e cantam ou possuem estereótipos ou de personagens de desenhos animados famosos (Ex.: Barbies, Bebês Borne, Lady Bug, etc.), acessórios de bonecas e/ou de casinhas, brinquedos eletrônicos que produzem sons e luzes, robôs que falam, etc.Os fazem tudo. Já vem prontos para usar. Não há modificações ou extrações.

E há os brinquedos ditos tradicionais, que também podem ser produzidos artesanalmente, os brinquedos artesanais. Eles podem ser de madeira ou de pano. Geralmente confeccionados com elementos da natureza (Exemplos: carrinhos, pipas, bolas de pano, acessórios de casinha em madeira, jogos de montar, livros de pano)
         
Foto de Arquivo pessoal retirado de poster anexado em uma revista de Educação Infantil
Contudo, para evitar o desperdício de materiais, evitar o consumo excessivo, proteção e preservação da natureza, uma atenção especial deve ser dada aos brinquedos feitos com matéria-prima reaproveitável e reciclável, sejam eles artesanais ou industrializados. É importante explicar às crianças sobre o que se deve consumir com consciência. Elas estarão contribuindo para a sua melhor qualidade de vida, além da sua família, da sua cidade, do seu país e do planeta.(Vejam a minha postagem sobre o tema na  " O Brincar na Infância: Uma Cultura de Consumo?" Publicado em 04 de novembro de 2015 https://psicomotricidadeubuntuludens.blogspot.com/2015/11/o-brincar-na-infancia-uma-cultura-de.html)
 
QUALIDADE E FUNÇÃO DO BRINQUEDO
A qualidade e a função do brinquedo é outro fator a ser observado. Cada um possui uma característica específica de acordo com a sua finalidade: Seja sensorial, simbólico, de raciocínio-lógico/cognitivo/matemático, entretenimento, corporal cinestésico , representativo ou pictórico (desenho, pintura, escrita), naturalístico, etc. Ele pode ser bidimensional ou tridimensional ou virtual. Pode ser de papel, de plástico, de madeira, de tecido. Todo cuidado deve ter com peças pequenas ou que soltem com facilidade (no caso os que não são para soltar ou acoplar) brinquedos que sejam manipuláveis com facilidade (Cabem nas mãos da criança) e com peso adequado, sem pontas que machuquem, principalmente com os bebês. Todo cuidado é pouco. Melhor dizendo, que não causem nenhum prejuízo, desconforto e desagrado à quem recebe ou brinca. Já vi muitos brinquedos confeccionados por designes, porém eram de péssima qualidade em designer e uso ( Eu mesma não conseguia usar o brinquedo. Primeiro por ser pesado demais. E segundo, porque tinham pontas que machucavam e arranhavam o meu braço. Imagina o de uma criança?). Portanto, o material deve apresentar uma boa resistência e um designer bacana. Os brinquedos devem e podem ser escolhidos de acordo com o objetivo que se quer alcançar.
Todo brinquedo deve ser prazeroso para criança e ao mesmo tempo proporcionar alguma contribuição ao seu desenvolvimento infantil.

Sempre que possível, ofereça materiais (sucata, caseira ou industrial) que permitam às crianças criarem brinquedos e brincadeiras de sua autoria e espontaneidade, tais como, por exemplo, embalagens de sapato, caixas de papelão, garrafas pet, tubos rígidos e flexíveis, tecidos, pedaços de espuma, tampinhas, pneus, etc. Observem no que elas são capazes de transformar e como é possível fazer com que a imaginação flua.


A CLASSIFICAÇÃO DOS BRINQUEDOS
De acordo com a ITLA, os brinquedos podem ser descritos, classificados e categorizados em diferentes funções, tipos e classes de brincadeiras e atividades que eles propiciam, assim como, aspectos que possam contribuir para o desenvolvimento das crianças.  O objetivo principal é auxiliar e orientar aos pais, professores e profissionais de diversas áreas que se utilizam das ferramentas do lúdico e de outros setores ligados à infância e adolescência algumas orientações para que possam fazer uma melhor escolha e usar os brinquedos e jogos no que diz respeito à sua função e adequação. Porém, não podemos esquecer que o melhor avaliador é a pessoa quem irá usar: A CRIANÇA.
Para isso, foi elaborado um GUIA que pode ser muito útil para a organização dos acervos das brinquedotecas e outros espaços lúdicos (Lojas e fabricantes de brinquedos, escolas e hospitais, etc) , onde os brinquedos  e os jogos podem ser catalogados e classificados por tipos, grupos e subgrupos, segundo os sistemas ESAR e ICCP. 

Um dos objetivos dessas classificações é para servir como referência às agências certificadoras de produtos, fabricantes de brinquedos, bem como aos professores, pediatras, psicólogos, pedagogos, escolas, brinquedotecas, outros profissionais e instituições da infância e consumidores que se interessem pelo mundo do brinquedo e do brincar.


O SISTEMA ESAR DE CLASSIFICAÇÃO DE BRINQUEDOS


O sistema de classificação ESAR, se estrutura de acordo com as etapas de desenvolvimento, desde a infância até a idade adulta. O método foi elaborado com base em Piaget, muito embora seja influenciados por outras linhas teóricas, tais como Winnicott e Vygotsky. Este método possui a sua especificidade de análise dos brinquedos e jogos. Ele foi elaborado pela psicóloga canadense Denise Garon em 1982, auxiliada, posteriormente, por Rolande Filion e por Manon Doucet. O sistema E.S.A.R. é composto de várias facetas que identificam o brincar. A primeira faceta identifica os tipos de brincadeiras e como elas se sucedem ao longo do desenvolvimento da criança. A palavra ESAR é composta precisamente a partir da primeira letra da palavra que identifica cada uma das categorias desta faceta, a saber: De Exercícios, Simbólico, Montagem/Acoplagem e Regras. A sigla ESAR tem origem pelas iniciais em francês, traduzido para o português.

a) Exercício:

A  letra "E" para a brincadeira/jogos de Exercício, que surge desde primeira idade a partir de gestos e movimentos sensoriais-motores.

(Foto de Arquivo Pessoal da Brinquedoteca em que trabalhei de 2017 a 2018)
b) Simbólico:



A letra "S" para a brincadeira/jogos Simbólicos, onde ocorre a representação de um objeto por outro, a simulação e o faz de conta.

(Foto de Arquivo Pessoal da Brinquedoteca em que trabalhei de 2017 a 2018)
c) Acoplagem/Montagem:

A letra "A" para as brincadeiras e jogos de Acoplagem/Montagem,  onde peças  agrupadas  passam a fazer  parte da construção  e reconstrução. (Na foto abaixo, o espaço era dividido entre os brinquedos do grupo A e R, pois não havia espaço suficiente para organizá-los em cantos separados).

(Foto de Arquivo Pessoal da Brinquedoteca em que trabalhei de 2017 a 2018)
d) Regras:

A letra "R" para as brincadeiras e jogos com Regras simples (que se iniciam a partir dos 4 anos podendo se tornar mais complexas (a partir dos 7 anos), e vindo a tomar uma forma cada vez mais elaborada na adolescência e na idade adulta.
 
O SISTEMA I.C.C.P DE CLASSIFICAÇÃO DE BRINQUEDOS

A Centre National d’ lnformation sur le Jouet - C.N.I.J.(Centro Nacional de informação sobre o Brinquedo) e o International Council of Children’s Play - I.C.C.P (Conselho Internacional do Brincar) em 1981, elaboraram a classificação I.C.C.P.* sob orientação do psicólogo francês André Michelet a partir de diversas observações que envolveram vários profissionais, tais como: psicólogos, educadores e pesquisadores. Eles realizaram um extenso estudo sobre as possibilidades de contribuição os brinquedos e os jogos poderiam oferecer para o desenvolvimento da criança. Naquele momento, a I.C.C.P. criou uma classificação psicológica e uma classificação por famílias de brinquedos, avaliando, entre outros critérios, muitos de seus valores, nos quais citamos:

funcionais: em que medida o brinquedo se adapta à criança na forma e no tamanho;
experimentais: o que a criança pode fazer com o brinquedo;
de estruturação: como o brinquedo contribui para a estruturação da personalidade da criança, possibilitando o desenvolvimento da área afetiva;
de relação: a forma pela qual o brinquedo ou jogo facilita o relacionamento com outras crianças ou adultos.

Quanto a classificação do ICCP por famílias de Jogos podem ser:

1. Atividades Sensório-motoras
2. Atividades Físicas
3. Atividades Intelectuais
4. Representação do Mundo Técnico
5. Afetividade
6. Atividades Criativas
7. Relações Sociais


Este guia baseou-se em uma nova versão, o Sistema ICCP- Revisão 2013adotado no relatório Segurança dos Brinquedos - Diretrizes para a Determinação do Início da Faixa Etária de Brinquedos, elaborado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a ISO (Organização Internacional para a Padronização).


A ESCUTA: AS CRIANÇAS Devem dar a SUA OPINIÃO sobre os BRINQUEDOS

Jogos eletrônicos e Brinquedos Industrializados?

Jogos eletrônicos e Artesanais ?

Brinquedos Industrializados e Artesanais ?

OS DESIGNES E OS ARTESÃOS TAMBÉM DEVEM OUVIR E OBSERVAR AS CRIANÇAS ATRAVÉS DO OLHAR DE UM ESPECIALISTA


A relação entre uma criança e o seu brinquedo vai muito mais além do que simplesmente divertir e da simples escolha. Os brinquedos educativos são um ótimo exemplo de como a criança pode aprender brincando. O artesão que deseja construir brinquedos deve saber que cada um estimula habilidades diferentes de acordo com a faixa etária da criança. Seja ele o preço que for, a qualidade de sua confecção deve estar de acordo com a função que ele proporciona. Os designers e os artesãos devem consultar e ouvir também os especialistas do brinquedo e do brincar, seja um Brinquedista, um Pedagogo, um Professor de Educação Física, um Professor de Educação Infantil, um Psicopedagogo, um Psicomotricista, etc.mas a principal escolha brincante parte da própria criança. Ela é a principal especialista do brinquedo e do brincar.

Ao entender este universo infantil, o confeccionador ou mesmo o idealizador da construção deste brinquedo deve resgatar sempre o processo afetivo-social desta criança para que ela possa usufruir de bons frutos que o brinquedo pode lhe proporcionar.


De acordo com o site da ABRINQ, a publicidade dos brinquedos exercem influência direta sobre as crianças. É importante se certificar de que o brinquedo solicitado pela criança seja adequado à sua idade ou à fase de seu desenvolvimento, aos seus traços pessoais, aos seus interesses, para que seu envolvimento na brincadeira seja proveitoso e prazeroso. A indicação de faixa etária é uma referência importante, mas esse não é o único critério a ser considerado. Cada criança tem suas características, preferências, competências e limites próprios

Levar em conta a diversidade de brinquedos e jogos (Artesanais, Industrializados ou Eletrônicos; Educativos ou de Entretenimento) é uma forma de proporcionar experiências diferentes e criar oportunidades para que o desenvolvimento físico, intelectual, afetivo, social, cultural e da criatividade da criança ocorra de maneira integrada. 

Qual é a minha opinião a respeito? Bem, eu gosto dos artesanais. Os artesanais são exclusivos e de única produção (Não seguem uma linha de produção). Possuem uma assinatura individualizada, ludicidade e artística. Os brinquedos artesanais sempre resgata a nossa velha infância. É apenas a minha opinião.
 

REFERÊNCIAS

ABBri. Associação Brasileira de Brinquedotecas.  https://www.brinquedoteca.org.br/
ABRINQ.ESCOLHENDO  BRINQUEDOS  JOGOS
ABRINQUEDOTECA. Site disponível em http://www.abrinquedoteca.com.br/newguia.asp 
http://www.abrinquedoteca.com.br/newguia.asp 
GARON, Denise – “Classificação e Análise de Materiais Lúdicos” - in Friedmann, Adriana - O Direito de Brincar : A Brinquedoteca – Ed. Scritta – São Paulo- 1992 SITE DISPONÍVEL EM: http://www.abrinquedoteca.com.br/pdf/49ain.pdf
MICHELET, André – “Classificação de Jogos e Brinquedos: a classificação ICCP” - in Friedmann, Adriana - O Direito de Brincar: A Brinquedoteca – Ed. Scritta – São Paulo- 1992. Disponível em: http://www.abrinquedoteca.com.br/pdf/47ain.pdf

Obs.: Outros artigos disponíveis no site da ABRINQ http://www.abrinquedoteca.com.br/artigos_integra.asp






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