segunda-feira, 23 de abril de 2012

Calvin e Haroldo, seu amigo imaginário!


É normal meu filho ter um amigo imaginário?







            Calvin é um garoto de apenas seis anos e possui um vocabulário bem extenso para um menino da sua idade. Já Haroldo, o tigre companheiro de Calvin, representa a todo o momento a (in)consciência do próprio Calvin em suas aventuras e estripulias intelectuais e "criançais". Os pais de Calvin possuem sentimentos e comportamentos típicos de todos os pais de crianças, iguais ou não ao menino superdotado. O menino Calvin é autêntico e ao mesmo tempo esboça um sentimento infantil. Calvin é Calvin. E Calvin é Haroldo, que é o próprio Calvin passível do simbólico e da alienação. Ele nos faz lembrar de infância, de ser infantil e ser criança. Nos faz lembrar de quem somos quando éramos criança, pois " ajudando-nos a ver com outros olhos o mundo e recordando-nos de como é importante brincar e ser ridículo.", como já disse o próprio cartunista de Calvin e Haroldo, Bill Watterson.



          

           E porque o Calvin e o Haroldo? O personagem do Calvin representa a criança quando ela se encontra no seu imaginário infantil, ou melhor dizendo, quando ela consegue através do seu corpo: sentir, pensar e agir a partir do simbólico. O Haroldo? Quem é o Haroldo? Seu amigo imaginário. E quantos de nós crianças já não teve o seu amigo imaginário. E sua psicomotricidade deve partir do próprio corpo vivido, percebido e representado. O seu desenvolvimento a partir do concreto ao abstrato. Do simbólico para o real. E do prazer de agir, brincando. Ao prazer de pensar, aprendendo.

"Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado" . Elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa.  É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!" (trecho do livro: "O Pequeno Príncipe")




          No entanto, de repente, você ouve seu filho conversando sozinho. Quando você pergunta com quem ele está falando, a resposta é objetiva: “Com o meu amigo, é claro!” Com o passar dos dias, ele pede para você colocar mais um prato na mesa, guarda um lugar no sofá e até briga com o amigo invisível. Se isso está acontecendo com seu filho, nada de entrar em pânico. O amigo imaginário, também conhecido como invisível, é um velho conhecido do universo infantil. A maioria das crianças entre 2 e 7 anos têm um. Eles fazem parte do desenvolvimento e só trazem benefícios. 



       Pesquisas mostram que os pequenos que têm um amigo imaginário desenvolvem um melhor vocabulário e melhores habilidades narrativas. Enquanto conversa com o seu “amigo secreto”, a criança cria histórias e brincadeiras e ainda ganha uma nova "companhia". 


       Eles são como um ensaio para o convívio real e você deve entrar na brincadeira de seu filho. "Esses seres funcionam como muletas para as crianças entrarem no mundo da realidade. Algumas criam e dão características que gostariam de ter. Outras transferem para o amigo os medos que não conseguem enfrentar", explica a psicopedagoga Maria Irene Maluf, especialista em educação especial. E você pode aproveitar essas “conversas” para conhecer mais seu filho. 
       Aos poucos, a criança vai perceber que é muito mais legal brincar com os amigos de verdade e a despedida acontece sem traumas. Só fique alerta caso ela prefira o amigo imaginário aos reais. Nesse caso, é melhor ouvir a opinião do pediatra ou um psicólogo ou um especialista em educação e desenvolvimento infantil.
 
 2)Hamilton Robledo, pediatra do hospital e maternidade São Camilo (SP)


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