É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
A Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. (Associação Brasileira de Psicomotricidade).
Assim, a Psicomotricidade tenta estudar a criança através do seu corpo psico-motor-afetivo em idades, o qual tenta desvendar ou iluminar através de sua curiosidade o que está escondido utilizando-se do ato espontâneo.
PSICO – MOTRIC - IDADE
IDADES
PSICO → AFETIVO ← MOTOR
↓ IDADES ↓
CURIOSIDADE ↔ Ato Espontâneo
(Iluminar o que está escondido)
“É a relação entre Motricidade e Inteligência permitindo relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao ambiente e os hábitos da criança”. (Wallon).
“É na sua totalidade, melhorando as qualidades uma terapia que, agindo por intermédio do corpo sobre as funções mentais pertubadas*, pois considera a pessoa de atenção, representação e relacionamento visando, pelo movimento, uma organização mental cada vez maior.” (Victor Fonseca).
* Entenda-se pertubadas como algo que está fora do lugar no tempo e no espaço.
Portanto,
A Psicomotricidade é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
Quem é o Psicomotricista?
EDUCAÇÃO
CLÍNICA
Consultoria, Supervisão, e Pesquisa.
E conforme o objetivo, segue as seguintes linhas:
Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com dificuldades/atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; pessoas que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e relacionais em conseqüência de lesões neurológicas; família e a 3ª idade.
Por que se faz?
A intervenção realizada através da psicomotricidade poderá ser canalizada pela sua área de atuação educativa, preventiva e reeducativa/reabilitativa. Há a intenção de promover e estimular o desenvolvimento, incluindo a melhoria/manutenção de competências de autonomia ao longo de todas as fases da vida de um indivíduo. De acordo com as suas linhas de atuação, ela deverá agir holisticamente de forma:
¢CORPORAL - trabalha desarmonia tônico -emocional, instabilidade postural e perturbações nas habilidades psicomotoras;
Durante a infância, uma intervenção ao nível da psicomotricidade poderá potencializar o desenvolvimento função da simbólica; Das habilidades corporais como: o equilíbrio, a coordenação, a orientação espacial e temporal. Além disso, promove melhor entendimento sobre si mesma e, por consequência, uma melhor compreensão em relação às outras pessoas e ao seu ambiente.
A Psicomotricidade é presente nos menores gestos e em todas as atividades que a motricidade da criança é gestualizada, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo. E através da expansão de seus movimentos e exploração do corpo e do meio, a sua volta. Por isso dizemos que a mesma é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da Psicomotricidade é a base fundamental para o desenvolvimento processo intelectivo e de aprendizagem da criança.
Portanto, para a psicomotricidade interessa o indivíduo como um todo, procurando auxiliar qual está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade, e então, definir quais atividades devem ser desenvolvidas para superar tal problema.
Como se faz?
A psicomotricidade realiza atividades pela vertente funcional e relacional. A vertente funcional utiliza-se de atividades motoras em que envolvam os fatores psicomotores fundamentais (Luria e Costallat) como o tônus, o equilíbrio, a coordenação motora ampla e fina, as percepções visuais, auditiva, olfativa, gustativa e táteis; Noção do corpo: o esquema e a imagem corporal, lateralidade, Estruturação espaço-temporal: relações temporais e espaciais. Esta vertente baseia-se na Neurofisiologia. É diretiva (Prescrição de Exercícios). Tenta acompanhar a maturação. Realiza um diagnóstico através do Perfil psicomotor. Se utiliza da ação do brincar mais diretivo. Já a vertente relacional utiliza ferramentas através do brincar espontâneo. Esta vertente se baseia na Psicanálise; É não-diretiva; Valoriza o brincar espontâneo; Atua no indivíduo total.
A Psicomotricidade Funcional sustenta-se em diagnósticos do perfil psicomotor e na prescrição de exercícios para sanar possíveis descompassos do desenvolvimento motor. A estratégia baseia-se na repetição de exercícios funcionais, que são estereótipos criados e classificados constituindo as famílias de exercícios. O psicomotricista irá aplicar e dirigir através de uma postura de comando, mas não irá interagir totalmente com a criança. Basicamente, a postura da criança é de imitação dos movimentos do psicomotricista, de dependência e de pouco contato corporal entre as demais crianças do grupo, já que são exercícios específicos e direcionados.
A Psicomotricidade Relacional se utiliza-se da ação do brincar (jogo simbólico) através da liberdade e do espaço como elemento motivador para provocar a exteriorização corporal da criança, pois entende-se que a ação do brincar impulsiona processos de maturação e de aprendizagem em sua globalidade, manifestando suas emoções, fantasias e sua inteligência em formação.
Psicomotricidade Funcional
Psicomotricidade Relacional:
A psicomotricidade vivenciada está centrada em métodos não diretivos em que as ações desta prática fundamentam-se no jogo como ferramenta para o brincar da criança, proporcionando a representação, a imaginação e criatividade. Trabalha o indivíduo em sua totalidade neste espaço lúdico e educativo, permitindo a exteriorização de suas emoções, a interação com o ambiente, com os objetos e com outras pessoas.
Para “Lapierre inclina-se a potenciar o jogo simbólico [...] pois, todo jogo da criança há uma intenção, mesmo que de forma inconsciente.” (NEGRINE, 1995, p.65). Ele também afirma que a psicomotricidade relacional tem um papel de prevenção, levando os alunos a alcançar o equilíbrio no seu desenvolvimento; despertar o desejo de aprender, estimular a criatividade, a integração social. Essa construção acontece através do jogo espontâneo,integrando suas dificuldades, necessidades e linguagem, de forma harmônica, com a realidade e com o meio que está inserido.
A psicomotricidade relacional parte do princípio da espontaneidade da criança, ou seja, do que ela gostaria de brincar. Com tal objetivo, o psicomotricista, utiliza de materiais que remetem ao sensório-motor, passando pelo simbólico, jogos de construção e aos jogos com regras, de uma maneira, discreta e delicada, assim a criança brinca, sem perceber conscientemente o que está sendo trabalhado inconscientemente, como diz Vecchiato (1989), “esse material, em sua simplicidade, favorece o jogo espontâneo e até mesmo a possibilidade de uma produção de caráter simbólico” (p. 32).
“As atividades de psicomotricidade nascem desde a abordagem das crianças. Em psicomotricidade, não se propõem atividades, mas se propõem o espaço e as crianças o aborda a partir do seu desejo, vontade e etapa de desenvolvimento...dependendo da idade, é o jogo que criarem.”
A psicomotricidade estimula-se através de jogos como por exemplo: jogos funcionais ou motores e/ou relacionais, cuja função é dar harmonia aos gestos e aumentar a sua eficácia; Pode também recorrer-se a jogos simbólicos ou de imaginação, que favorecem a passagem do nível sensório-motor passando pelo simbólico e para o nível da representação; Por seu turno, os jogos de construção, que permitem uma evolução mais rápida para uma adaptação mais precisa à realidade; Os jogos com regras, facilitam o desenvolvimento da cooperação.Esses materiais proporcionam ao psicomotricista uma leitura e intervenção adequada a cada sessão, e dá dicas para as próximas do que poderá ser utilizado. As sessões são organizadas em ritual de entrada, jogos, ritual de saída. O ritual de entrada é benéfico, uma vez que dá a segurança e se instaura como hábito que ajuda a marcar a rotina diária. Ter um ritual em relação à forma de se colocar, fazer ou dizer para começar a jogar, ajuda o indivíduo a estruturar seu pensamento no início da sessão e a inibir seu desejo de movimento e jogo imediato. Ao final da sessão é importante que o aluno participe da representação, o momento no qual ele registra o que viveu isto permite que ele volte à realidade, inicie o processo de elaboração e interiorização daquilo que foi expresso para organizar-se cognitivamente. O ritual de saída é o momento no qual o aluno expressa as representações do que mais gostou ou não, na sessão. Nesta etapa é que ele trabalha sua autonomia, responsabilidade, relação e tomada de consciência da realidade.
Fonte: Associação Brasileira de Psicomotricidade. http://www.psicomotricidade.com.br/
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