domingo, 5 de julho de 2015


Conceito (Esquema) e Consciência Corporal (Imagem)


                                                                           Por Jacira C. da Costa

           Desde pequenos, meninos e meninas têm a necessidade e a capacidade de se moverem.  Contudo, qualquer pessoa que esteja em contato com estes, que conviva com eles, não precisará de muitos argumentos para convencer-se de que esta postura, contrária à quietude, é uma realidade. Mas ao mesmo tempo, há uma grande preocupação quando há perguntas como: O seu filho é uma criança que costuma cair sempre ao andar ou ao correr? Costuma esbarrar em coisas/ objetos/ móveis? Para que o seu filho adquira a aprendizagem de se deslocar e explorar o seu entorno com autonomia é importante que desenvolva alguns aspectos dentre eles a imagem corporal ou consciência corporal e o esquema corporal ou conceito corporal. Nesse sentido, a imagem corporal seria como a criança consegue ter a representação do seu próprio corpo. O conceito corporal estaria relacionado ao conhecer e nomear as partes do seu corpo e entender para que servem.
 
          A imagem corporal está relacionado em como a criança consegue ter a representação do seu próprio corpo

           Se levarmos em conta que os processos sensoriais e perceptivos recolhem um conjunto de estímulos que surgem tanto do organismo como do mundo exterior, isso permitirá que a criança tome consciência de seu próprio corpo e do meio ambiente. Tomar consciência de seu próprio corpo e do meio ambiente não quer dizer outra coisa senão enriquecer um conjunto de estruturas mentais que vão se construindo graças às informações sensoriais recebidas e às relações que vão se estabelecendo entre estas e as que foram armazenadas na memória. Assim, os sentidos constituem a via por meio pelo qual a criança toma consciência das capacidades de seu próprio corpo, de suas possibilidades e de seus limites, além da percepção das características do meio ambiente e da própria situação que lhe permitirão responder, prevenir ou solucionar um possível problema psicomotor.
 
O esquema corporal estaria relacionado ao conhecer e nomear as partes do seu corpo e entender para que servem.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 
FERREIRA, Carlos A. de Mattos & THOMPSON. Rita. Imagem e Esquema Corporal. São Paulo: Lovise, 2002.
 
LLEIXÀ, Teresa A. A Educação Física de 3 a 8 anos. 7º ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
 
Fontes fotos: Domínio público.
 
 
 
 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Psicomotricidade: O Psico (emoção/cognição) motor (corpo) em sua dimensão multiexperiencial (Do corpo vivido ao representado)


Psicomotricidade: O Psico (emoção/cognição) motor (corpo) em sua dimensão multiexperiencial (Do corpo vivido ao representado)


 - (A Psicomotricidade ajudando a entender a mente e o corpo)*


Por Jacira C. da Costa

Professora de Educação Física (UFRJ), Psicomotricista (Sócio-Titular pela ABP) , Pós-Graduada em Psicomotricidade (IBMR) e em Educação Especial e Incluisiva (IAVM).


Foto fonte: Mundo Brink Brinquedos Equipamentos e Informática Educacional (Fanpage – Domínio público)


          Muitas vezes quando comento com algumas pessoas sobre a minha profissão eu digo que sou Professora de Educação Física e Psicomotricista, o que geralmente as pessoas perguntam: - “Psico o quê?”; E eu respondo: - “PSICO-MOTRI-CIS-TA.”. Isso nos leva a constatar que as pessoas desconhecem qual é o verdadeiro sentido e a principal função desta profissão. O que também nos inspira a buscar cada vez mais respostas em termos científicos e metodológicos para informar, orientar e esclarecer pessoas leigas no assunto e áreas afins.

         Ambas as profissões (Educação Física e Psicomotricidade) procuram trabalhar o corpo e a mente. A filosofia da Educação Física vem do latim: “Mens sana in corpore sano” (Mente sã em um corpo são), cuja intenção na época era lembrar aos cidadãos romanos que deveriam buscar o desenvolvimento da saúde física e espiritual. Atualmente, a consideração do significado da frase está no sentido da busca de um equilíbrio saudável no estilo de vida entre mente e corpo. A filosofia da Psicomotricidade, por sua vez, vem de uma fundamentação holística (Emocional, cognitivo e motor), mas historicamente o uso do termo foi utilizado, primeiramente, por Dupré quem estudou as conexões entre movimento e pensamento, e a partir disso, várias linhas acabaram contribuindo e se aglutinado à Psicomotricidade, dentre elas a própria educação física, a neuropsicologia, a psicanálise, a psicologia, o que a torna verdadeiramente complexa. E muitas das vezes, servindo como principal ferramenta de muitos trabalhos terapêuticos na área da saúde/clínica (Fonoaudiologia, Fisioterapia, Musicoterapia, etc).

          Segundo Vítor da Fonseca (2004), a Psicomotricidade “subtende as relações entre a organização neurocerebral, a organização cognitiva e a organização expressiva da ação”, ou seja, compreende a ação (praxia, motricidade ou movimento intencional) como execução a partir da planificação do pensamento. Deste modo, a psicomotricidade inter-relaciona o componente motor ao componente cognitivo-emocional.

          A sua forma de intervenção poderá ser profilática, preventiva, educativa, reeducativa ou terapêutica. No caso da CreSer, a intervenção será plenamente terapêutica.

         Um dos critérios da Psicomotricidade é observação e a identificação das síndromes ou transtornos psicomotores o qual engloba diversos subtipos de desorganização do movimento, como por exemplo, o que pode ser conhecida como dispraxia, definida por Ajuriaguerra (1970; In: Fonseca, 2004) como “perturbação global da personalidade, da qual podem emergir problemas instrumentais ligados à afetividade, na medida em que possuem um caráter expressivo, independente de não surgirem de neuropatias ou miopatias”. A dispraxia estaria ligada a um problema na planificação, regulação e controle motor devido a uma disfunção na área cortical do cérebro. Diferentemente da apraxia, que está ligada à incapacidade de execução e de regulação dos movimentos voluntários e intencionais devido a uma lesão cerebral óbvia.

         O objetivo da Psicomotricidade é promover e melhorar a organização neuro-psico-motora do indivíduo levando-o à plena consciência do eu-corporal (Consciência de si) no espaço. Ela deve intervir a partir da mediatização das funções psíquicas (emocionais e cognitivas) utilizando-se de diversas situações-problema e contextos possíveis buscando assim, uma significativa modificação psicomotora gerando uma sincronia entre os processos emocionais, cognitivos e motor.  O Psicomotricista, durante esta mediação, deverá adotar um processo relacional contínuo com o seu paciente, sendo ele um bebê, uma criança, um jovem ou um adulto e um idoso.

         Segundo Ajuriaguerra (1980), o desenvolvimento psicomotor estaria associado à evolução da criança,  e ao mesmo tempo, pode ser considerado como sinônimo de maior conscientização, conhecimento e noção do seu corpo (Imagem e esquema) na medida que passaria a incorporar e a inter-relacionar cada vez mais o seu mundo interior com o mundo exterior (com outro e com o ambiente/objetos), o que consequentemente gera a organização plena de sua personalidade (integrada e construída).

          O ser humano é o seu corpo. A criança é o seu corpo. Seja esse mesmo corpo nas fases do agido, atuante e transformador, conforme descrito por Ajuriaguerra (1972, 1974 e 1976, In Fonseca, 2004). Por isso, ela precisa vivenciar experiências concretas que envolvam as sensações, as percepções, as imagens, as simbolizações. E tudo isso poderá ser vivido através da prática corporal do brincar instrumentalizado pela via psicomotora onde ela poderá passar por diversas experiências com o seu corpo através dos odores, do toque, sabores, etc., E esse corpo aprenderá através do corpo vivido, passando pelo percebido, conhecido e finalmente, pelo representado (Le Bouch,  1982 1987). Segue-se como exemplo de indivíduos que possuem uma harmonia corporal  às expressões sentimentais: bailarinos, atletas, artistas plásticos, arquitetos, professores, musicistas, etc.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:                                                

 
- AJURIAGUERRA, J. Manual de Psiquiatria Infantil. Ed. Masson do Brasil. (1980).

- FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade (Perspectivas multidisciplinares). Porto Alegre: Artmed (2004).

- LE BOULCH. Jean. O Desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas (1982).

- LE BOULCH. Jean. Educação Psicomotora: psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas (1987).


*Este texto também se encontra na fanpage da CreSer: https://www.facebook.com/cresercidi
 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Brincando Também se Aprende


Brincando Também se Aprende

 
No Espaço de Desenvolvimento Infantil 05.14.802 Luxemburgo aconteceu a Brinquedoteca Escolar que é um espaço de compartilhamento de brincadeiras. Lá se aprende brincando.
O Espaço de Desenvolvimento Infantil 05.14.802 Luxemburgo resolveu criar uma brinquedoteca possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico de forma enriquecedora, para seus pequenos alunos.
A Professora Jacira C. da Costa, PI – Educação Física, Psicomotricista e Brinquedista foi a precursora deste projeto colaborando com a consultoria deste trabalho.
 
Funcionamento e Manutenção
Definição, segundo a ABBri, Associação Brasileira de Brinquedotecas, a brinquedoteca é um espaço proporcionado para aplicar o brincar. A ITLA, International Toy Library Association, a define como um serviço que fornece aos seus membros a oportunidade de compartilhar brincadeiras ou emprestar brinquedos.
As brinquedotecas podem ser um meio de oferecer informação, orientação e apoio aos seus membros, além do empréstimo de brinquedos, sem preconceito de raça, sexo, religião, língua ou país de origem.

A Associação das Ludotecas Francesas (ALF), em 2003, organizou uma carta (LUCOT, 2003) que vem a ser um quadro de referência para todas as ludotecas na França, ao qual se tornou o principal referencial no mundo e que podem tratar da formulação das principais condições de implantação e funcionamento de uma brinquedoteca, com base sólida e criteriosa qualidade, que possam assegurar o seu reconhecimento social.

Dentre os objetivos de uma brinquedoteca existem muitos, nos quais podemos citar os principais informados pela ABBri:
 
• Proporcionar oportunidade para que as crianças possam brincar sem cobrança de desempenho ou que apresentem algum tipo de dificuldade. • Estimular o desenvolvimento da capacidade de concentrar a atenção e de construir uma vida interior rica. • Estimular a operatividade da criança, favorecendo assim, o seu equilíbrio emocional. • Dar oportunidades para a manifestação de potencialidades. • Alimentar a inteligência e a criatividade. • Proporcionar maior número de experiências. • Proporcionar oportunidades para que elas aprendam a jogar, a participar, a esperar a sua vez, a competir e a cooperar. • Valorizar os sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade. • Enriquecer o relacionamento entre as crianças e as suas famílias. • Incentivar a valorização do brinquedo como atividade promotora do desenvolvimento intelectual e social. • Estimular a expressão livre da criança, permitindo a representação do imaginário; desenvolvimento da linguagem, a interação social, estruturação da personalidade com o objetivo de favorecer a brincadeira através do mundo do “faz de conta”.
 
 
 
 CANTO DO MERCADO
Critérios de Qualidade
A de promover a atividade lúdica e o prazer de brincar; favorecer e promover o brincar livre (de livre escolha do material, de sua utilização, dos parceiros), saber estar presente sem intervir, respeitar o jogo e o não jogo; valorizar o patrimônio lúdico, possuindo jogos de diferentes épocas e de diferentes culturas; etc (LUCOT, 2003).
“A brinquedoteca é o espaço mágico criado para dar oportunidade às crianças de brincar de forma enriquecedora, de mergulharem em seus brinquedos sem adultos para atrapalhar. Lá existem muitos brinquedos, muita magia e criatividade.” (ABBri – Associação Brasileira de Brinquedotecas).
 
 CANTO DO MERCADO
Proposta
Atender as crianças da comunidade escolar, inicialmente, as que se encontram no Maternal e na Educação Infantil deste Espaço de Desenvolvimento Infantil oferecendo-lhes mais um recurso de intervenção; permitir que as crianças se expressem nas suas brincadeiras, com liberdade, manifestando suas opiniões e críticas.
Para que isso aconteça, o professor precisa favorecer o aspecto lúdico e criar com as crianças os acordos e as regras de manutenção e utilização.
CANTO DOS BRINQUEDOS VARIADOS
 (Carrinhos e bonecos variados)

Critérios de organização 

Quanto à faixa etária, exclusivo para crianças; quanto ao contexto e finalidade será escolar; quanto à Operacionalização, em suas múltiplas combinações será fixa, onde as crianças circulam entre os cantos conforme a sua disposição no espaço. O que pode variar são os espaços temáticos conforme a demanda.
 
CANTO DO PEQUENO ENGENHEIRO
Quanto à Disposição 
A fim de esquematizar as diversas modalidades de uma brinquedoteca, propomos uma classificação básica, passível de n combinações diversas, dependendo dos critérios de organização. Os Brinquedos ficarão dispostos em cantos temáticos (Ex.: mercadinho) podendo pensar em vários títulos sugestivos que possam relacionar-se com ações que divirtam nossos alunos e estimular a criatividade, assim como facilitar a aprendizagem, e a partir daí, tendo como algo presente à distribuição dos alunos no espaço, em uma situação atrativa e prazerosa.
canto do escritório
Conclusão
O Brincar vem a ser uma atividade espontânea e natural do ser humano, que se caracteriza pelo predomínio do prazer sobre o desprazer e do relaxamento sobre a tensão, na visão piagetiana, assim sendo ele se torna extremamente necessário e valioso em todas as fases do desenvolvimento humano, principalmente quando a velocidade das transformações físicas e psíquicas exigiria um grande esforço, não fossem elas facilitadas pelo prazer em brincar que leva a agir, a explorar, a descobrir e a inventar.
Os jogos facilitam o corte do cordão umbilical parental e o ingresso no grupo dos pares (Oliveira, 2011). Observa-se, portanto, como, esta grande diversidade de objetivos e procedimentos das brinquedotecas, possibilita uma rica combinatória e uma adequação às mais variadas situações e finalidades. O importante, contudo, é manter sempre em mente os objetivos básicos de uma brinquedoteca, como recomendado pela Associação Brasileira de Brinquedotecas. Através da brincadeira, a criança dramatiza o seu dia-a-dia, elabora suas experiências, enfrenta desafios e faz descobertas. Para isto, várias propostas serão utilizadas de acordo com a espontaneidade da criança através de brincadeiras livres, individuais ou em grupo, construção de jogos e bonecos, entre outras. As crianças têm acesso a vários jogos e brinquedos, para que possam desenvolver aspectos sociais e psicológicos, vivenciando diferentes situações.
BRINQUEDOTECA - VISÃO GERAL
(Piscina de bolas e mesa do desenho)
 
Texto escrito por Jacira C. da Costa e Publicado por Regina Bizarro 

Em
Terça-feira, 08/04/2014

Acesse o link para obter o texto publicado: http://www.rioeduca.net/blogViews.php?id=4203

 
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mapas do Brincar IX: Brincadeiras Regionais | Centro-Oeste



Aprenda as regras e divirta-se com as brincadeiras Corre Cutia, Cinco Marias, Galinha, pintinho e raposa e Chocolate Inglês, praticadas pelas crianças da região Centro-Oeste do Brasil. Saiba mais em novaescola.org.br/brincadeiras-regionais

Produção: Daniele Pechi; Roteiro: Paula Nadal; Imagens: Danny Yin; Animação Gráfica: André Menezes; Ilustrações: Anna Cunha e Bel Lima Edição: Allan Lico.

"Brincadeiras Regionais" é um projeto da Fundação Victor Civita com apoio do Ministério da Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura.

Link: http://revistaescola.abril.com.br/brincadeiras-regionais/

Mapas do Brincar VIII: Brincadeiras Regionais | Sul



Aprenda as regras e divirta-se com as brincadeiras Boi de Mamão, Caiu na rede é peixe e Taco, praticadas pelas crianças da região Sul do Brasil. Saiba mais em novaescola.org.br/brincadeiras-regionais

Produção: Anderson Moço e Fernanda Salla; Roteiro: Paula Nadal; Imagens: Danny Yin; Animação Gráfica: André Menezes; Edição: Allan Lico; Ilustrações: Anna Cunha e Bel Lima.

"Brincadeiras Regionais" é um projeto da Fundação Victor Civita com apoio do Ministério da Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura.

Link: http://revistaescola.abril.com.br/brincadeiras-regionais/

Mapas do Brincar VII: Brincadeiras Regionais | Nordeste




Aprenda as regras e divirta-se pulando corda e brincando de Sete Pecados, um jogo com bola praticado pelas crianças da região Nordeste do Brasil. Saiba mais em novaescola.org.br/brincadeiras-regionais

Produção e roteiro: Paula Nadal; Imagens: Danny Yin; Animação Gráfica: André Menezes; Edição: Allan Lico; Ilustrações: Anna Cunha e Bel Andrade Lima.

"Brincadeiras Regionais" é um projeto da Fundação Victor Civita com apoio do Ministério da Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura.

Link: http://revistaescola.abril.com.br/brincadeiras-regionais/

Mapas do Brincar VI: Brincadeiras Regionais | Norte



Aprenda as regras e divirta-se com as brincadeiras Roubo da Melancia, Caí no Poço, Tucuxi e Curupira, praticadas pelas crianças da região Norte do Brasil. Saiba mais em novaescola.org.br/brincadeiras-regionais

Produção: Aurélio Amaral e Rodrigo Ratier; Roteiro: Paula Nadal; Imagens: Danny Yin; Animação Gráfica: André Menezes; Ilustrações: Anna Cunha e Bel Lima; Edição: Allan Lico.

"Brincadeiras Regionais" é um projeto da Fundação Victor Civita com apoio do Ministério da Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura.
Link: http://revistaescola.abril.com.br/brincadeiras-regionais/